Os motoristas do transporte especial escolar e locadoras em Manaus, enfrentam uma das piores condições salariais do Brasil, recebendo menos de dois salários mínimos para conduzir veículos pesados e lidando com atrasos frequentes nos pagamentos, além da ausência de benefícios adequados. Para piorar a situação, a categoria denuncia anos de abandono por parte do ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Empresas de Transportes Especial, Turismo, Fretamento, Locadoras e Carros de Valores Intermunicipal de Manaus (Sindespecial), William Enock, que permaneceu no cargo sem promover melhorias reais para os trabalhadores.
Enquanto motoristas do transporte público urbano já chegaram a ter um dos melhores salários do país, ultrapassando dois salários mínimos e contando com benefícios como vale-refeição, vale-lanche, plano de saúde e cesta básica, os profissionais do transporte escolar vivem uma realidade completamente diferente. Sem reajustes justos e sem respaldo sindical, muitos mal conseguem cobrir suas despesas básicas.
A luta por melhores condições não é recente. Em 2016, motoristas do transporte especial realizaram manifestações reivindicando um reajuste salarial de 18% e benefícios como auxílio-alimentação. No entanto, os empresários do setor alegaram dificuldades financeiras, e William Enock, então presidente do Sindespecial, pouco fez para pressionar por melhorias concretas.
Além dos salários defasados, os trabalhadores enfrentam uma carga horária exaustiva e lidam com veículos pesados sem a devida valorização. A falta de apoio do Sindespecial agrava ainda mais essa realidade, tornando o transporte escolar um dos setores mais desvalorizados dentro da categoria.
Diante desse cenário, a insatisfação cresce entre os motoristas, que exigem mudanças urgentes para garantir remuneração justa e melhores condições de trabalho.