Presidente do SINDESPECIAL, William Enock e Antônio Mauro, seu diretor, já foram presos por ameaçar testemunhas

Em uma operação que chocou o meio sindical de Manaus, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Empresas de Transporte Especial, Turismo, Fretamento, Locadora e Carros de Valores Intermunicipal de Manaus (Sindespecial), William Enock de Sousa Siqueira, foi preso pela Polícia Federal em abril de 2016. A prisão ocorreu enquanto ele prestava depoimento na Superintendência da Polícia Federal, como parte das investigações sobre desvio de contribuições sindicais e obstrução da Justiça do Trabalho. Além de William Enock, Antônio Mauro Chagas de Souza também foi preso por decisão judicial, os mandatos de pedidos de prisão preventivas foram requeridos com urgência, devido a inúmeros crimes violentos praticados

A ordem de prisão foi expedida pelo juiz Marllon Sousa, da 2ª Vara Federal, após uma denúncia formalizada pelo procurador da República, Edmilson da Costa Barreiros Júnior. Segundo as investigações, as ações de intimidação e violência tinham como alvo aqueles que tentavam expor irregularidades cometidas pela diretoria do sindicato. As denúncias indicam que, além do desvio de contribuições sindicais, havia também um esquema de corrupção interna, onde recursos destinados à melhoria das condições de trabalho eram desviados para beneficiar um pequeno grupo de dirigentes.

O caso ganhou ainda mais destaque após o relato de um denunciante que foi espancado por sindicalistas pouco antes de uma audiência, teve seu veículo danificado e documentos importantes roubados, em uma tentativa clara de coagir a testemunha e impedir o andamento do processo trabalhista. Segundo relatos, o denunciante havia reunido provas contundentes das fraudes cometidas, incluindo extratos bancários, contratos fictícios e gravações de conversas comprometedoras, o que teria motivado a violenta tentativa de silenciá-lo.

A ação da Polícia Federal, que incluiu mandados de busca e apreensão na sede do sindicato, encontrou diversos documentos e computadores que confirmam o desvio de recursos e a intimidação sistemática de associados e testemunhas.