Influenciadora que atropelou e matou personal trainer fecha acordo para cumprir penas alternativas

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) emitiu um posicionamento oficial nesta quinta-feira (11) sobre o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) firmado com a Influenciadora Digital Rosa Iberê Tavares Dantas. A medida se refere ao acidente de trânsito ocorrido em agosto de 2023, que resultou na morte do Personal Trainer Talis Roque da Silva.

Em nota, o órgão ministerial explicou que a decisão de celebrar o acordo está amparada pela legislação vigente, que prevê o acordo para situações de menor gravidade, desde que haja confissão por parte do acusado e a possibilidade de reparação do dano causado.

O Promotor Rogério Marques Santos, responsável pela condução do caso, detalhou que as investigações apontaram imprudência por parte da influenciadora, que teria realizado uma manobra abrupta ao atravessar duas faixas. Contudo, a perícia técnica não conseguiu comprovar se a vítima, conduzia a motocicleta dentro do limite de velocidade permitido. Essa lacuna na prova pericial, segundo o promotor, enfraqueceu a caracterização de dolo (intenção de matar) na conduta da acusada.

O órgão reiterou que o caso foi classificado como homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar, o que, de acordo com a instituição, não justificaria a aplicação de medidas mais severas, como um pedido de inclusão do nome da influenciadora na lista da Interpol, conforme especulações e demandas populares.

Durante o processo, a influenciadora participou de interrogatórios tanto presenciais quanto por videoconferência, demonstrando, segundo o órgão, disposição em colaborar com as autoridades judiciais.

Apesar do esclarecimento, a decisão de firmar o acordo gerou questionamentos e críticas por parte da família da vítima. Os familiares expressaram a compreensão de que a gravidade do desfecho – a morte do personal trainer – deveria implicar em uma responsabilização mais rigorosa para a influenciadora.

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM), por fim, lamentou profundamente a morte de Talis Roque da Silva, manifestou solidariedade aos seus familiares e reafirmou seu compromisso institucional com a pacificação social.

O órgão ressaltou que o acordo de não persecução penal ainda depende de análise e homologação por parte do Poder Judiciário para que se torne efetivo.