Inflação oficial recua 0,11% em agosto, menor resultado desde 2022

A inflação oficial no Brasil registrou queda em agosto, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) marcando -0,11%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa a primeira deflação desde agosto de 2024 e a mais intensa desde setembro de 2022.

Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 5,13%, levemente abaixo dos 5,23% registrados no período até julho, mas ainda acima da meta do governo, fixada em 3% com tolerância até 4,5%.

O principal fator para a queda foi a conta de luz, que recuou 4,21% em agosto, impactada pelo Bônus de Itaipu, desconto que beneficiou mais de 80 milhões de consumidores. Esse recuo puxou o grupo habitação (-0,90%), registrando o maior tombo para meses de agosto desde o início do Plano Real, em 1994.

Alimentos e bebidas também caíram (-0,46%) pelo terceiro mês seguido, impulsionados pela maior oferta de itens como tomate (-13,39%), manga (-18,40%) e batata-inglesa (-8,59%). Já o grupo transportes (-0,27%) acompanhou o movimento de queda, puxado pela baixa nas passagens aéreas (-2,44%) e combustíveis, com destaque para a gasolina (-0,94%).

Apesar da deflação, o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, alertou que parte do efeito será revertido em setembro, já que as contas de energia não terão mais o benefício aplicado.

Entre os setores em alta, destacam-se educação (0,75%), vestuário (0,72%) e saúde e cuidados pessoais (0,54%). Cursos regulares, sobretudo ensino superior (1,26%) e fundamental (0,65%), responderam pelo maior avanço em agosto.

O IPCA, principal indicador de inflação do país, é usado para guiar a política monetária e reflete o custo de vida das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.