Mesmo sem ter executado metade das obras prometidas no último empréstimo, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), já prepara o terreno para solicitar um novo financiamento. Durante a abertura dos trabalhos legislativos na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta segunda-feira (10), o prefeito voltou a utilizar os mesmos discursos e justificativas para defender a necessidade de novos recursos para a cidade.
Em janeiro, David Almeida já havia declarado sua intenção de enviar à CMM um novo pedido de empréstimo junto ao Banco do Brasil, mencionando o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) como justificativa para a capacidade de endividamento do município. No entanto, sua gestão já acumulou R$ 1,75 bilhão em financiamentos desde 2021, e parte desses valores foi alvo de críticas pela falta de transparência na aplicação dos recursos.
O prefeito também repete promessas que nunca saíram do papel. Em 2022, ele afirmou que a prefeitura implementaria o ponto eletrônico com reconhecimento facial para garantir a presença dos servidores municipais. Agora, dois anos depois, em discurso praticamente idêntico, ele voltou a prometer a medida, sem apresentar qualquer avanço concreto na sua execução.
A repetição de discursos e a falta de entrega das promessas reforçam o questionamento sobre a real necessidade de um novo empréstimo. Se as obras financiadas com os recursos anteriores ainda não foram plenamente realizadas, por que contrair mais dívida? O novo pedido deve enfrentar resistência de parlamentares que já questionaram a gestão dos recursos passados e a transparência da administração municipal.