Manaus (AM) – Após perder seu cargo de vice-presidente no Sindespecial e sua chapa ser impedida de concorrer à reeleição por fortes suspeitas de corrupção, fraude eleitoral e desvio de recursos, Gabriel Enock Marinho Siqueira reapareceu no cenário político de Manaus como assessor parlamentar no gabinete do vereador Eduardo Assis.
William e Gabriel Enock, perderam a eleição do SINDESPECIAL e consecutivamente a presidência que foi assumida posteriormente por Josildo Oliveira que é irmão do vereador Jaildo Oliveira (PV) e possui base forte na câmara municipal, aliado aos rodoviários.
Levantamento feito no Portal da Transparência da Câmara Municipal de Manaus revela que Gabriel Enock está nomeado como APC-1 (Assessor Parlamentar de Gabinete nível 1), com salário bruto de R$ 3.109,38 e remuneração líquida de R$ 2.995,53 no mês de junho de 2025.
A nomeação causou espanto entre servidores e observadores da política local, já que o ex-sindicalista é alvo de investigações do Ministério Público do Trabalho e do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que determinaram seu afastamento da diretoria do Sindespecial por fraude em eleições internas, uso de eleitores fantasmas, falsificação de atas, e intimidação de opositores.
Histórico de irregularidades no Sindespecial
Gabriel Enock, à época vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Especial de Manaus (Sindespecial), foi denunciado por trabalhadores da categoria e ex-funcionários do sindicato por uma série de irregularidades:
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Fraude eleitoral: a eleição sindical que o reconduziria à vice-presidência foi anulada por suspeita de uso de eleitores não cadastrados e manipulação de votos. Um laudo técnico apontou assinaturas idênticas em atas de votação, o que indicaria falsificação.
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Desvio de verbas sindicais: segundo denúncias, Gabriel e o então presidente William Enock utilizavam os recursos das contribuições obrigatórias em benefício próprio, sem prestação de contas à categoria.
As irregularidades levaram o TRT a afastar preventivamente toda a diretoria envolvida no escândalo, inclusive impedindo Gabriel de concorrer a qualquer cargo sindical até o fim da apuração dos fatos.
Recompensado com cargo político?
Apesar das denúncias e afastamento judicial, Gabriel Enock parece ter sido “abraçado” pela política institucional. Agora, como assessor parlamentar de Eduardo Assis, ele retorna à folha de pagamento pública – desta vez custeado pelos cofres municipais.
A nomeação levanta questionamentos sobre a utilização de cargos de confiança como moeda de troca política e o aparente desprezo pelas investigações em curso contra figuras envolvidas em suspeitas de corrupção sindical.