Em meio à pior crise de popularidade desde que assumiu a Prefeitura de Manaus, o Prefeito David Almeida intensifica medidas midiáticas numa tentativa evidente de reconstruir sua imagem pública, que vem sofrendo desgaste crescente diante da população.
As ações mais recentes, embora revestidas de discursos técnicos e promessas de modernização, soam como estratégias para mascarar os diversos problemas que assolam sua gestão.
A última cartada veio com o anúncio da prorrogação da fiscalização eletrônica dos novos radares para o dia 1º de julho, sob o argumento de priorizar uma campanha educativa. A justificativa, que à primeira vista pode parecer plausível, foi recebida com desconfiança por parte da população, que observa uma cidade ainda mergulhada em abandono estrutural. A instalação dos radares, vendida como avanço na segurança viária, contrasta com o cenário de caos urbano, especialmente nas zonas norte e leste da cidade.
Enquanto a propaganda institucional reforça a imagem de uma prefeitura ativa e eficiente, os moradores enfrentam alagamentos, ruas esburacadas, esgoto a céu aberto, e falta de ações consistentes em áreas básicas. Professores seguem em protesto pelo não repasse do Fundeb, exigindo transparência e compromisso. “Não adianta colocar radar em rua asfaltada quando a periferia está debaixo d’água e sem saneamento”, critica uma moradora da zona Leste, refletindo a insatisfação crescente nos bairros mais vulneráveis.
O impasse sobre o pagamento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) a profissionais da educação virou símbolo do descompromisso da gestão com um setor fundamental. Em vez de esclarecimentos e negociação direta, a resposta do Executivo tem sido o silêncio, o empurrar com a barriga e promessas sem prazos definidos. Os educadores, que apenas exigem o cumprimento de seus direitos, agora enfrentam a frieza de uma administração que tenta manter a crise longe dos holofotes.
A crise de imagem do prefeito não se limita às deficiências de infraestrutura. Contratos emergenciais firmados sem licitação, favorecimentos a empresas ligadas a aliados políticos e ausência de transparência em programas como o “Asfalta Manaus” levantam sérias suspeitas. Mesmo diante de questionamentos recorrentes da imprensa e de órgãos de controle, a prefeitura não oferece respostas convincentes.
Nos bastidores políticos, o clima também é de tensão. A base do Prefeito na Câmara Municipal, acusada de estar sendo “mantida” com cargos e benefícios já não garante blindagem contra as críticas públicas. Em agendas oficiais, o Prefeito David Almeida tem demonstrado irritação diante de cobranças e chegou a se envolver em embates com lideranças comunitárias. Nas redes sociais, antes trunfo de sua popularidade, proliferam vídeos, críticas e memes que satirizam a ineficácia do governo.
Com mais de 54% de rejeição, conforme apontam pesquisas internas, a gestão tenta reverter a maré negativa apostando em obras pontuais, publicidade agressiva e medidas de apelo visual, como os radares e a reforma de praças. Mas falta o essencial: coerência, planejamento e responsabilidade com o dinheiro público.
Para muitos analistas e críticos da atual administração, a Gestão de David Almeida vive num universo paralelo, onde a imagem conta mais do que os resultados concretos. A maquiagem pode convencer por algum tempo, mas a população já começa a enxergar as rachaduras sob a superfície.